Pedro Martins da Costa Burmester
Nasceu no Porto, Portugal, a 9 de outubro de 1963. Foi aluno da Helena Sá e Costa durante 10 anos. Aperfeiçoou os seus estudos nos Estados Unidos com Sequeira Costa, Léon Fleisher e Dmitri Paperno. Participou em cursos e masterclasses de Jurg Demus, Aldo Ciccolini, Karl Engel, Vladimir Askenazy, Tatjana Nikolaiewa e Elisabeth Leonskaja. Foi bolseiro do Ministério da Cultura da Áustria e frequentou a Academia de Verão de Salzburg durante 10 anos consecutivos. Ainda não tinha 26 anos e já era referenciado como “um dos casos mais relevantes de pianista surgido entre nós” pelos críticos nacionais e pelos seus pares com quem se cruzava internacionalmente. Foi galardoado com os principais prémios nacionais e internacionais (2º lugar no prémio Vianna da Motta e Prémio Especial (Jury Discritionary Award) do Júri Van Cliburn, nos Estados Unidos, entre outros) e foi distinguido por todo o meio artístico. Tocou com inúmeras orquestras (Orquestra Gulbenkian, Orquestra de Liége, Filarmónica de Zagreb, Orquestra Sinfónica de Londres, Autralian Chamber Orchestra, entre outras) e maestros internacionais tais como Georg Solti, Baldur Bronnimann, Leon Fleisher, Michael Zilm, Muhai Tang entre outros, em diversos palcos pelo mundo. Mas nunca se afastou de Portugal nem da sua vida cultural, tendo sempre apoiado as iniciativas que visavam a promoção da cultura nacional. Privou com alguns dos nossos maiores artistas, Amália Rodrigues, Maria João Pires, Mário Claúdio, Eugénio de Andrade, Júlio Resende, Nadir Afonso, Agustina Bessa Luís, José Saramago, Carlos Paredes, Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Manuel de Oliveira, Emmanuel Nunes, Pedro Cabrita Reis, Helena Sá e Costa, Sequeira Costa, Fernando Lopes-Graça tendo tido, assim, a oportunidade de vivenciar os seus saberes. Pedro Burmester foi impulsionador e apoiante de inúmeros projetos artísticos, Festivais e Grupos de Música de Câmara que ainda hoje estão em plena atividade. Sempre aceitou participar em projetos artísticos inovadores, de vanguarda, contribuindo assim para a contemporaneidade da cultura portuguesa. Citando Fernando C. Lapa “O pianista Pedro Burmester para além da sua brilhante carreira de intérprete, tem revelado uma saudável preocupação com a forma como a verdadeira música possa chegar ao público, sem formalismos inúteis ou barreiras de elite. Também ele está aberto a experiências” (Público 14.02.99). Figura artística eclética, desprovida de preconceitos dogmáticos, promoveu a transversalidade nas expressões artísticas, integrando projetos que juntaram a Música com a Dança (com o Ballet Gulbenkian e com a Companhia Paulo Ribeiro) o Cinema (com a Cinemateca Portuguesa), as Artes Plásticas (instalações artísticas), as Artes Cénicas (concertos encenados com Graça Lobo e de Ricardo Pais). Pedro Burmester é certamente o músico que mais vezes participou nos festivais de música clássica e ciclos de piano nacionais e atuou nas principais salas nacionais e internacionais. Desde o Concert Hall da Sydney Opera House, onde atuou em 22.11.1997, à pequena Igreja da Aldeia do Piodão, Pedro Burmester toca sempre para os seus públicos com o mesmo profissionalismo, dedicação e objetivo de partilha e enriquecimento. Foi condecorado com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago de Espada pelo Presidente da República Portuguesa Mário Soares e pelo Grau de Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Jorge Sampaio. Pedro Burmester gravou dezoitos discos, tendo gravado em estúdio a solo, nomeadamente as edições da EMI – Schumman/Schubert; Bach; Variações Goldberg, com orquestra e com música de câmara. Tem igualmente gravações ao vivo, a saber “3 Pianos” com Bernardo Sassetti e Mário Laginha e “Ao vivo na Casa da Música”. Em 1999, no auge da sua carreira saiu dos palcos, desafiado por Manuel Maria Carrilho e Artur Santos Silva para abraçar o projeto Casa da Música. Inicialmente como membro da Comissão Instaladora e Comissão Executiva da Sociedade Porto 2001 e depois como diretor Artístico e de Educação da Casa da Música. Foi responsável pela definição e organização das Estruturas Residentes (Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Remix Ensemble, Orquestra Barroca, Estúdio de Ópera, Serviço Educativo), pela estratégia de programação, pelo orçamento de programação e produção, e pelas políticas de parcerias e acolhimentos da Fundação Casa da Música. Dez anos passados, Pedro Burmester regressou à sua atividade Artística e de Ensino, sendo atualmente docente de Licenciatura e Mestrado de Piano e Música de Câmara na Escola Superior de Artes do Espetáculo no Porto, para além das diversas masterclasses e outros breves cursos onde dá formação a jovens pianistas. Casado desde 2002 com Helena Costa, é pai de quatro filhos, o João, a Júlia, o Ricardo e a Maria Inês. Ciente do preço que representaria na sua carreira de intérprete, a decisão de se afastar dos palcos em troca da criação e implementação da Casa da Música, Pedro Burmester, optou por não voltar a assinar contrato com um agente internacional, optando sim, por se dedicar à vida cultural portuguesa, quase em exclusivo. Continuou a estar presente nos principais palcos nacionais (Grande Auditório Gulbenkian, Sala Suggia Casa da Música, Festivais de Música e Ciclos de Piano), mas tem, agora, como principal prioridade apoiar os projetos artísticos de âmbito nacional que visam a profissionalização dos agentes da cultura portuguesa, bem como formar uma nova geração de pianistas que venham a firmar o nome de Portugal no meio artístico internacional. É seguramente um dos professores de piano mais procurado a nível nacional.